@Book{AndradeSilvChagOliv:2018:CiTeFu,
author = "Andrade, Herlandi de Souza and Silva, Messias Borges da and Chagas
Junior, Milton de Freitas and Oliveira, Wagner dos Santos",
title = "A ci{\^e}ncia e a tecnologia do futuro",
publisher = "Edi{\c{c}}{\~o}es Brasil",
year = "2018",
volume = "1",
series = "Previs{\~a}o e prospec{\c{c}}{\~a}o tecnol{\'o}gica",
keywords = "Pesquisa e Desenvolvimento, Prospec{\c{c}}{\~a}o
Tecnol{\'o}gica, N{\'{\i}}vel de Maturidade Tecnol{\'o}gica
(TRL).",
abstract = "Conhecer o futuro sempre esteve entre as mais prementes ansiedades
do homem. N{\~a}o apenas por uma quest{\~a}o de curiosidade ou
de ambi{\c{c}}{\~a}o de tomar o lugar da Divindade, mas como
forma de se precaver contra eventualidades futuras ou de se
preparar para elas gerando estrat{\'e}gias que as contemplem. Se
no passado essa preocupa{\c{c}}{\~a}o estava associada {\`a}
premoni{\c{c}}{\~a}o, {\`a} cren{\c{c}}a na
clarivid{\^e}ncia, {\`a}s pr{\'a}ticas supersticiosas ou
m{\'a}gicas, o fato {\'e} que com a evolu{\c{c}}{\~a}o do
saber, as t{\'e}cnicas foram se transformando adquirindo facetas
pr{\'o}prias e, inserindo-se no grande movimento do
desenvolvimento da ci{\^e}ncia. Dos tempos de Alexandre Magno,
que consultava as pitonisas de Delfos antes de iniciar suas
viagens de conquista, at{\'e} aos trabalhos de previs{\~a}o
empreendidos pelo projeto das navega{\c{c}}{\~o}es portuguesas,
nos s{\'e}culos XV XVI vai uma dist{\^a}ncia consider{\'a}vel e
significativa, tanto em termos de tempo, quanto de
evolu{\c{c}}{\~a}o do conhecimento. Como homem do seu tempo,
Alexandre valia-se, para a persecu{\c{c}}{\~a}o de seus
empreendimentos, da tradu{\c{c}}{\~a}o das palavras das
pitonisas em transe, alucinadas por fumiga{\c{c}}{\~o}es. A
Escola n{\'a}utica portuguesa ancorava seu projeto em estudos
cient{\'{\i}}ficos avan{\c{c}}ados, que iam da astronomia
{\`a} matem{\'a}tica passando pelo saber pr{\'a}tico e pela
instrumenta{\c{c}}{\~a}o n{\'a}utica. As previs{\~o}es
cient{\'{\i}}ficas e tecnol{\'o}gicas, baseadas em parte em
dados hist{\'o}ricos e estudos anteriores, complementados por
outros especializados e pela experi{\^e}ncia, assumia j{\'a}
elevada import{\^a}ncia. A partir delas, os pilotos das
embarca{\c{c}}{\~o}es conheciam, com anteced{\^e}ncia de seis a
oito meses, as mar{\'e}s, a dire{\c{c}}{\~a}o das correntes
marinhas e dos ventos e definiam, a partir desses dados, qual a
{\'e}poca em que as frotas deviam deixar o porto ou aportar,
navegando com seguran{\c{c}}a. Estudos de previs{\~a}o eram
efetuados para definir quais astros ou estrelas deviam ser tomados
como refer{\^e}ncia, em determinada {\'e}poca do ano, para
delinear as rotas de viagens que duravam de um a tr{\^e}s anos.
Al{\'e}m disso, faziam igualmente previs{\~o}es meramente
t{\'e}cnicas ou conjunturais. Entre elas, as que diziam respeito
{\`a} manuten{\c{c}}{\~a}o dos navios e ao material de
reposi{\c{c}}{\~a}o ou {\`a} facilita{\c{c}}{\~a}o das
manuten{\c{c}}{\~o}es corretivas ou preventivas. Em
rela{\c{c}}{\~a}o {\`a}s {\'u}ltimas, prevendo a falta de
recursos humanos para as navega{\c{c}}{\~o}es e a necessidade de
aux{\'{\i}}lio {\`a}s vi{\'u}vas dos n{\'a}ufragos, fundaram
Confrarias Religiosas com fundos de pens{\~a}o e tomaram outras
medidas preventivas que nos parecem hoje avan{\c{c}}adas, como a
cria{\c{c}}{\~a}o de companhias de seguros de
navega{\c{c}}{\~a}o e leis de sigilo contra a espionagem. Com o
passar do tempo, a ci{\^e}ncia se imp{\^o}s cada vez com mais
veem{\^e}ncia e atingimos hoje um grau de
racionaliza{\c{c}}{\~a}o tal, que nossa preocupa{\c{c}}{\~a}o
com o futuro est{\'a} alicer{\c{c}}ada em m{\'e}todos
matem{\'a}ticos, que levam cada vez mais a uma
diferencia{\c{c}}{\~a}o entre prever e antever. Assim, nossa
previs{\~a}o do futuro, seja ele do tipo indeterminado,
determinista ou probabil{\'{\i}}stico, se diferencia do antever,
baseado este em sentimentos sem qualquer fundamenta{\c{c}}{\~a}o
cient{\'{\i}}fica ou metodol{\'o}gica. Um passo importante e
mais recente para a evolu{\c{c}}{\~a}o, aplica{\c{c}}{\~a}o e
sistematiza{\c{c}}{\~a}o dos m{\'e}todos de previs{\~a}o
tecnol{\'o}gica foram os relat{\'o}rios confidenciais emitidos
para as for{\c{c}}as armadas dos EUA durante os anos 60 e 70 do
s{\'e}culo passado. A RAND Corporation (Research ANd Development)
criada em 1948 pela Douglas Aircraft Company criou e desenvolveu
uma grande quantidade de trabalhos de previs{\~a}o
tecnol{\'o}gica, sob a forma de relat{\'o}rios confidenciais
dirigidos {\`a}s for{\c{c}}as armadas dos EUA, em plena Guerra
Fria. Esses estudos recorriam ao m{\'e}todo Delphi e num
intervalo de 10 anos acumularam por volta de uma centena de
documentos. A T{\'e}cnica Dephi, desenvolvida pela RAND teve como
pioneiros Olaf Helmer, Norman Dalkey, Bernice Brown, Nicolas
Rescher, Robert M. Campbell e muito outros. Al{\'e}m dos estudos
que envolviam as estrat{\'e}gias militares dos EUA, abrangiam
tamb{\'e}m as {\'a}reas das Ci{\^e}ncias Sociais, Economia e as
Rela{\c{c}}{\~o}es Internacionais. No dia 1º de Dezembro de 1973
o Dr. Dixy Lee Ray, Chairman da United States Atomic Energy
Commission encaminha ao ent{\~a}o Presidente dos Estados Unidos,
Richard M. Nixon, um relat{\'o}rio intitulado The Nations Energy
Future (WASH-1281), documento esse rico em detalhes,
tra{\c{c}}ando um perfil completo das fontes convencionais e
alternativas de energia. Nele se contemplam tr{\^e}s
cen{\'a}rios diferentes: um futuro a curto prazo, entre 1973 e
1985, um futuro a m{\'e}dio prazo, entre 1986 e 2000 e um futuro
a longo prazo, para al{\'e}m do ano 2000. O documento, formado
por 171 p{\'a}ginas, descreve, tamb{\'e}m, em detalhe os
obst{\'a}culos a enfrentar pelo pa{\'{\i}}s para
alcan{\c{c}}ar as metas desej{\'a}veis para seu plano
energ{\'e}tico nacional. V{\^e}-se, assim, que as
preocupa{\c{c}}{\~o}es com o futuro s{\~a}o de extrema
import{\^a}ncia para o sucesso de um projeto, seja
cient{\'{\i}}fico e/ou tecnol{\'o}gico. O uso cont{\'{\i}}nuo
de m{\'e}todos de previs{\~a}o e prospec{\c{c}}{\~a}o s{\~a}o
ferramentas que nos ajudam a superar os receios e
defici{\^e}ncias e a atingir os objetivos com um melhor alcance e
seguran{\c{c}}a. {\'E} dentro destas perspectivas que se insere
a presente publica{\c{c}}{\~a}o. Dentre as diversas finalidades
destacamos a inten{\c{c}}{\~a}o de formar uma Escola de
Conhecimento que abranja o uso de todas as metodologias com as
quais possamos perscrutar os cen{\'a}rios futuros, principalmente
os relativos a ambientes de incerteza e que concernem {\`a}
ci{\^e}ncia e {\`a} tecnologia e a aspectos candentes para a
sociedade brasileira, em especial, trazendo para si
publica{\c{c}}{\~o}es nas {\'a}reas do Saber e da Pr{\'a}tica
(Ci{\^e}ncia e Tecnologia), desde conhecimentos especializados em
Economia, Ci{\^e}ncias Humanas, Ci{\^e}ncias M{\'e}dicas e
Biol{\'o}gicas, Ci{\^e}ncias Exatas, Engenharias, e
Rela{\c{c}}{\~o}es Internacionais. Esperamos que tanto a
Academia como as institui{\c{c}}{\~o}es governamentais em geral
e as empresas privadas possam tamb{\'e}m dar seu importante
contributo para esta {\'a}rea do conhecimento.",
affiliation = "{Facudade Tecnol{\'o}gica (FATEC)} and {Universidade Estadual
Paulista (UNESP)} and {Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)} and {Instituto de Pesquisas Energ{\'e}ticas e Nucleares
(IPEN)}",
isbn = "9788565364683",
label = "lattes: 1555060330133009 3 AndradeSilvChagOliv:2018:CiTeFu",
language = "pt",
pages = "222",
targetfile = "ciencia e tecnologia do futuro.pdf",
urlaccessdate = "27 abr. 2024"
}